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Os últimos dias de 2023 e os primeiros de 2024 devem ter chuva volumosa em vários estados do Brasil, especialmente do Centro para o Norte e o Nordeste do país, o que vai beneficiar muitas áreas que enfrentam forte estiagem por meses e apresentam elevado déficit hídrico.

O mapa acima mostra a projeção de chuva para dez dias a partir da rodada da 0Z desta quarta-feira do modelo meteorológico europeu, disponível ao assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas. Como se observa no mapa, os volumes devem ser altos em pontos do Norte, Centro-Oeste, Sudeste e do Nordeste.

É sempre importante lembrar que nesta época do ano, durante o verão climático, a chuva no Brasil está associada principalmente ao calor e à umidade. Nuvens carregadas se formam por convecção e podem despejar altíssimos volumes localizados de chuva em curto intervalo, o que projeções para dez dias de modelos acabam não antecipando. São episódios isolados de precipitação extrema acompanhando temporais que podem trazer chuva de 100 mm a 200 mm em poucas horas.

A Região Norte começa a ingressar no período mais chuvoso do ano, que se denomina de inverno amazônico, o período do calendário em que há uma maior concentração das chuvas que vai de dezembro até meados de maio, e que normalmente concentra 60% a 70% da precipitação do ano.

Assim, embora ainda abaixo da média histórica em muitas áreas pelos efeitos do fenômeno El Niño, observa-se um aumento da precipitação em vários pontos do Norte do Brasil, na região amazônica. É o que se enxerga na projeção para os próximos dez dias em grande parte da região, especialmente no Tocantins e parte do Pará e do Amazonas.

Na Região Nordeste, espera-se um aumento da chuva, inclusive na área do sertão nordestino, e com acumulados altos em diversos pontos. Os volumes em pontos isolados do Nordeste podem ser, inclusive, excessivos com risco de inundações. Todos os estados nordestinos devem ter períodos de instabilidade e, diferentemente do que costuma ocorrer, a chuva não deve se limitar mais às zonas costeiras.

Um ciclone que se formou na costa do Sul do Brasil deslocou o canal de umidade da América do Sul mais para o Norte, o que favorece chuva mais volumosa em setores do Centro para o Norte do país, inclusive no Nordeste do Brasil. O estado da Bahia, em especial, pode anotar volumes localmente muito elevados.

No Centro-Oeste do Brasil, a chuva será frequente com pancadas rotineiras que se alternam com momentos de sol, o que vai levar a volumes altos em alguns pontos. Uma vez que a precipitação ocorre por pancadas associadas ao ar tropical quente e úmido, os volumes variam demais de um ponto para outro.

Os maiores volumes de chuva na soma dos próximos dez dias no Centro-Oeste do Brasil devem ocorrer nos estados do Mato Grosso e Goiás, onde diversas localidades devem ter no período marcas de 100 mm a 200 mm, e isoladamente até superiores.

Grande parte do Sudeste terá condição parecida com o Centro-Oeste por estar sob a influência da mesma massa de ar tropical quente e úmida. Os próximos dez dias devem ter chuva isolada frequente na região, como ocorre nos meses de verão, e com acumulados altos em alguns pontos, especialmente acompanhando temporais.

Por conta do canal de umidade que deve se organizar mais ao Norte, os maiores volumes de chuva vão ocorrer em Minas Gerais, especialmente do Centro para o Norte mineiro. Embora a chuva possa trazer transtornos, a região está em necessidade de precipitação mais volumosa por uma seca severa que afeta o Norte de Minas Gerais.

No Sul do Brasil, o cenário não é diferente. A chuva na soma dos dez dias vai variar uma enormidade de um ponto para o outro. O Sul deve ser a região com os menores volumes neste fim de ano e no começo de 2024 com acumulados baixos em diversas áreas dos três estados.

A instabilidade deve aumentar no Sul do Brasil no final desta semana, quando uma frente fria impulsionada por uma forte massa de ar frio para esta época do ano deve avançar pela região com chuva em grande número de localidades e isoladamente forte.

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