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Tornado avançou por área rural de São Martinho da Serra no sábado | REPRODUÇÃO

Um tornado atingiu a zona rural do município gaúcho de São Martinho da Serra, no Centro do Rio Grande do Sul, durante o sábado. Moradores da região filmaram o tornado avançando sobre lavouras e a sua passagem pela sede de uma propriedade rural, onde causou danos.

O tornado se deu em dia de enorme instabilidade atmosférica no Rio Grande do Sul com o deslocamento de uma frente fria pelo estado que trouxe chuva forte a intensa com volumes até perto de 200 mm na fronteira com o Uruguai, queda de granizo e alguns vendavais isolados, como em Santa Cruz do Sul que teve centenas de casas destelhadas.

De acordo com a meteorologista Estael Sias, as condições atmosféricas eram muito propícias à formação deste tipo de fenômeno. “Observávamos de manhã nas imagens de satélite como a instabilidade sobre o estado apresentava a forma da letra ‘v’ no sentido invertido, o que é característico de grande divergência na atmosfera”, comenta.

Estael Sias destaca que uma corrente de jato em baixos níveis atuava sobre o Rio Grande do Sul e foi responsável por vento Norte forte durante a manhã de sábado em Santa Maria e calor intenso de 34ºC no Noroeste durante a tarde.

“Quando uma corrente de jato em baixos níveis, um corredor de vento forte entre 1000 e 1500 metros de altitude, está atuando e há o avanço de uma frente fria, cria-se uma situação em que ventos sopram em sentidos divergentes na parte baixa da atmosfera e isso favorece a formação de tornados”, explica.

“Por isso, na esmagadora maioria das vezes em que tornados foram registrados no Rio Grande do Sul havia a presença de uma corrente de jato em baixos níveis da atmosfera”, acrescenta a meteorologista da MetSul.

A passagem do tornado pela área rural de São Martinho da Serra não deixou feridos. Os danos se concentraram em um estabelecimento rural, onde o vento forte associado ao tornado causou destelhamentos de um galpão e outros danos menores.

Os tornados são fenômenos meteorológicos extremos e destrutivos caracterizados por colunas de ar em rotação intensa que se estendem da base de uma tempestade para a superfície da Terra. Esses redemoinhos violentos são conhecidos por sua capacidade devastadora, capaz de causar grande destruição em segundos a minutos.

A escala Fujita, frequentemente usada para classificar a intensidade de tornados, varia de F0 a F5, sendo F5 o mais poderoso. Os tornados geralmente se formam em áreas onde massas de ar quente e úmido encontram massas de ar frio e seco, criando condições ideais para o desenvolvimento desses vórtices.

Tornados ocorrem em muitas partes do mundo, incluindo Austrália, Europa, África, Ásia e América do Sul. Até a Nova Zelândia relata cerca de 20 tornados por ano. Duas das maiores concentrações de tornados fora dos Estados Unidos são nas latitudes médias da América do Sul e em Bangladesh.

Cerca de 1.200 tornados atingem os Estados Unidos anualmente. Como os registros oficiais de tornados datam apenas de 1950, não se sabe o número médio real de tornados que ocorrem a cada ano. Além disso, os métodos de detecção e relato de tornados mudaram muito nas últimas décadas, o que significa que a estatística hoje considera tornados que no passado não entrariam na contabilidade. O Brasil não possui um banco de dados robusto sobre estas ocorrências no país ao longo da história e projetos de verificação e contabilidade de eventos são incipientes.

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