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A chuva retorna ao Rio Grande do Sul no fim de semana e deve ter altos acumulados de precipitação em parte do estado, embora sem marcas tão extremas como as observadas no final de abril e no começo de maio, antecipa a MetSul Meteorologia.

Mesmo assim, o cenário é de atenção porque o estado ainda sofre as consequências das enchentes de maio com rios assoreados, sistemas de macrodrenagem urbana afetados, muito lixo nas ruas e pessoas que seguem fora de casa.

Os volumes de chuva não serão altos em todo o território gaúcho, mas em pontos do estado a chuva somada entre o sábado e o começo da próxima semana pode atingir marcas perto e acima de 100 mm, podendo trazer problemas como alagamentos em alguns municípios.

Não será um dia apenas de instabilidade no Rio Grande do Sul. A chuva de forma mais ampla tem início no sábado e o tempo não vai firmar no estado por vários dias com novas ocorrências de precipitação, cuja distribuição vai variar conforme o dia.

Este quadro de instabilidade por dias seguidos será acompanhado pela formação de um rio atmosférico, a Leste dos Andes, pelo interior do continente, que trará muita umidade para o Rio Grande do Sul com correntes de vento de Norte.

Esse “rio voador” transporá grande quantidade de umidade da região amazônica e também do Atlântico Tropical, que está superaquecido, pelo interior do continente, até as latitudes do Sul do Brasil, recurvando para Leste justamente sobre o Rio Grande do Sul.

Assim como se via no começo de maio, há uma grande massa de ar seco e quente persistente com um bloqueio atmosférico no Centro do Brasil, o que faz com que a umidade amazônica seja canalizada por áreas do interior da América do Sul em direção ao Sul até o Rio Grande do Sul.

Como o ar quente tropical avança junto para Sul, forma-se uma combinação de umidade abundante com atmosfera aquecida, o que trará áreas de instabilidade com chuva forte e risco de temporais isolados em parte do estado no fim de semana e no começo da semana que vem.

Os dados dos modelos indicam que este rio atmosférico atuará no Rio Grande do Sul entre os dias 15 e 20 de junho, mas um segundo poderia de organizar entre os dias 22 e 23 por ocasião de um sistema frontal.

Os mapa a seguir, com as projeções do modelo norte-americano GFS/NOAA, mostram os valores de água precipitável na América do Sul em que se pode observar como este rio atmosférico vai se formar pelo interior do continente até o Rio Grande do Sul, gerando a chuva no estado.

METSUL METEOROLOGIA

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METSUL METEOROLOGIA

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Os rios atmosféricos são regiões longas e concentradas na atmosfera que transportam ar úmido dos trópicos para latitudes mais altas. O ar úmido, combinado com ventos de alta velocidade, produz chuva pesada e neve, conforme a região no mundo.

Esses eventos extremos de precipitação, em alguns casos, podem levar a inundações repentinas, deslizamentos de terra e danos catastróficos à vida e à propriedade, como se viu no fim de abril e no começo de maio.

Embora os rios atmosféricos tenham muitas formas e tamanhos, aqueles que contêm as maiores quantidades de vapor de água podem criar chuvas e inundações extremas, muitas vezes parando sobre bacias hidrográficas vulneráveis a inundações, exatamente como se viu semanas atrás.

No Brasil, estes rios atmosféricos se originam principalmente da região amazônica. Na maioria das vezes, um corredor de umidade se forma e avança pelo interior da América do Sul no sentido Sul até alcançar as latitudes médias e trazer chuva para o Sul do país. O Sul do Brasil tem a influências destes rios atmosféricos em qualquer época do ano. No Centro-Oeste e no Sudeste, estes corredores de umidade atuam mais nos meses quentes do ano.

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