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Salão paroquial veio abaixo com chuva intensa superior a 150 mm em Dom Pedro Alcântara, no Litoral Norte. Volumes foram excessivos entre a Serra e a região de Torres. | RÁDIO MEGASUL

O domingo foi marcado por chuva excessiva em grande número de cidades da Metade Norte do Rio Grande do Sul com marcas de 100 mm a 200 mm que trouxeram quedas de barreiras, deslizamentos de terra e inundações por transbordamento de cursos de água menores como arroios.

Uma frente fria chegou durante o sábado ao estado gaúcho com chuva na maioria dos municípios. O sistema se tornou semi-estacionário, já que não progride pelo bloqueio atmosférico associado ao ar seco e quente no Centro do Brasil.

Além disso, a instabilidade no Rio Grande do Sul neste domingo foi reforçada por um centro de baixa pressão que avançou do Nordeste da Argentina para o território gaúcho neste domingo.

Os volumes só neste domingo ficaram entre 100 mm e 200 mm em vários pontos da Metade Norte com marcas acima de 150 mm na Serra e no Litoral Norte. Nos Campo de Cima da Serra, a precipitação passou de 200 mm em alguns pontos.

Ou seja, choveu em um dia entre 100% e 150% da média histórica do mês todo, o que caracteriza chuva excessiva no maior episódio de precipitação no estado desde a chuva extraordinária e excepcional do fim de abril e o começo de maio.

Onde mais choveu foi em faixa entre o Alto Jacuí, a região de Soledade, os vales, Norte da Grande Porto Alegre, a Serra, Aparados e localidades mais ao Norte do Litoral Norte.

Com a chuva, houve problemas em diversos municípios. Deslizamentos de terra e quedas de barreiras foram registrados na região da Serra com bloqueio da BR-116 em Caxias do Sul.

Além disso, houve o transbordamento de arroios com inundações em cidades dos vales e do Litoral Norte junto à Serra. Em Dom Pedro de Alcântara, salão de igreja desabou durante a chuva intensa.

Algumas pessoas em aparente estado de pânico afirmam que estavam no interior do santuário, mas que conseguiram sair em tempo. “Faltando dois minutos para a missa veio tudo abaixo”, relatou um homem em vídeo. Toda a estrutura do santuário foi danificada. Um veículo ficou sob os escombros.

Preocupação agora é com os rios

A MetSul alerta que haverá cheias de rios devido aos elevados volumes de chuva de ontem e ainda o que se espera de precipitação nos próximos dias. Os altos volumes de precipitação na Serra e Campos de Cima preocupam porque são as regiões de nascentes do Taquari-Antas, Caí e Paranhana (que desemboca no Rio dos Sinos).

Os volumes de chuva deste domingo foram igualmente altos nas nascentes do Jacuí, no Norte do estado, perto de Salto do Jacuí, Cruz Alta e a região de Soledade, com marcas de 100 mm a 150 mm em apenas um dia.

Com o que choveu, a MetSul Meteorologia projeta elevação acentuada no curto prazo de rios de resposta rápida e de alta declividade, casos do Taquari e Caí. Gravataí e Sinos, que nascem entre o Litoral Norte e a Serra, possuem resposta mais lenta assim como o Jacuí.

Sob este cenário, os rios com maior potencial de elevação na semana pela análise da MetSul são o Uruguai, Jacuí, Taquari, Sinos, Gravataí e Caí. Exceção do Uruguai, todos desaguam no delta e no Guaíba, junto a Porto Alegre. Por isso, o Guaíba ontem com 1,90 metro no cais subirá no decorrer dos próximos dias e vai preocupar.

Apesar do indicativo de cheias, a MetSul Meteorologia enfatiza que os níveis esperados nesta semana não atingirão as marcas extremas observadas na primeira semana de maio porque choveu muito menos que na virada de abril para maio.

Semana de instabilidade terá vários dias de chuva

A semana que se inicia será marcada pela chuva. Modelos numéricos analisados pela MetSul indicam que o tempo firmaria no estado somente no começo da semana que vem com ar frio e de alta pressão chegando ao estado.

Todos os dias da semana serão de instabilidade no estado, especialmente na Metade Norte que pode ter chuva forte e temporais isolados ainda nesta segunda-feira, sobretudo perto de Santa Catarina.

Apesar do tempo instável, não chove o tempo todo e ocorrerão intervalos sem chuva e de melhoria ao longo da semana. Com mais dias de chuva pela frente, o risco de deslizamentos de terra e queda de barreiras é crítico na Serra.

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