Agasalhos pesados eram vistos hoje de manhã na cidade de Buenos Aires com o frio incomum de inverno em fevereiro | DANIEL GARCIA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

As ruas da capital argentina tinham pessoas de mantas cobrindo o rosto hoje cedo em pleno fevereiro. A cidade de Buenos Aires teve na madrugada desta sexta-feira a sua menor temperatura mínima no mês de fevereiro em várias décadas. A marca histórica de frio ocorreu apenas cinco dias após a capital argentina ter anotado uma marca histórica de calor com a maior máxima para o mês da série histórica 1961-2022.

Após dias de calor opressivo, a passagem de uma frente fria e a formação de um ciclone na costa de Buenos Aires proporcionaram chuva e alívio das tardes escaldantes que a capital portenha vinha sofrendo.

Na madrugada de hoje, a temperatura mínima oficial da cidade de Buenos Aires, medida no Observatório Central de Villa Ortúzar, foi de 7,9ºC às 6h40, informou o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina. A temperatura mínima de hoje é a mais baixa em toda a série histórica 1961-2022 para o mês de fevereiro, batendo a menor marca anterior para o mês na série que era de 8,3ºC em 25 de fevereiro de 1966.

Na estatística histórica do Serviço Nacional de Meteorologia da Argentina, marcas mais baixas que as de hoje somente são encontradas em fevereiro para a capital argentina no começo do século passado com 4,2ºC em 10 de fevereiro de 1910, 5,9ºC em 25 de fevereiro de 1925 e 7,0ºC em 21 de fevereiro de 1912.

O frio incomum de hoje cedo em Buenos Aire ocorre apenas cinco dias depois de a capital da Argentina ter tido a sua maior máxima para fevereiro na série 1961-2022 no último domingo, quando a temperatura chegou a 38,1ºC no observatório central.

A mudança repentina de temperatura ocorreu após uma potente massa de ar frio para o verão chegar ao centro do país pela Patagônia e se deslocar para o Norte. O ar frio trouxe neve e recorde de menor máxima em Ushuaia. Várias cidades do Centro argentino estão hoje com temperatura 10ºC a 15ºC mais baixas do que ontem.

“Foi um período completamente anormal. Essa variação não é normal”, disse Mariela de Diego, porta-voz do SMN. E acrescentou: “Quando falamos de alterações climáticas, uma das suas manifestações mais visíveis é precisamente o aumento da frequência e intensidade dos fenômenos extremos. Tivemos episódios recorrentes de calor extremo, com oito ondas de calor desde novembro, quando o normal são quatro ou cinco eventos, e agora a entrada de massa de ar frio que já bate recordes de temperaturas mínimas”, disse.

Na Grande Buenos Aires, a mínima de hoje foi de 6,2ºC em Ezeiza. No interior da província de Buenos Aires, mínimas mais baixas com até 3,5ºC em Bolivar. Na Patagônia, muito frio com as mínimas de hoje descendo a -4,2ºC em Maquinchao (Rio Negro), -2,6ºC em Chapelco (Neuquén) e -2,4ºC em Bariloche (Rio Negro).